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sexta-feira, 4 de julho de 2008

Asas IX

Há quanto tempo que não te via, tenho andado perdido por outras terras distantes do nevoeiro e das sombras, mas mesmo apesar de terem passado tantos meses, depois de tanto tempo olho para ti e vejo-te na mesma, percorres as ruas desta cidade sem destino sem norte ou direcção andas ao acaso por essas ruas que te vêem sujo e imundo rasgas a luz e transportas contigo as trevas e a noite escura envolve-te com as suas garras. Há quanto tempo não te via, posso dizer que em boa verdade por ti não nutria qualquer saudade, posso dizer que a tua visão é para mim quase doentio, um fardo que já entendi ter de carregar, posso em qualquer altura deitar-te nessas ruas onde perdes quem te ama, olho para ti e vejo-te sozinho, desnorteado porque perdeste mais uma vez a tua puta de pele clara, que quando se deita com os clientes do acaso só pensa em ti. Há tanto que não te via e tudo na tua miseravel vida mantém-se na mesma, nem uma virgula mudou esse teu rumo de trevas e escuridão, continuas a dormir nas ruas que vomitas, continuas a assustar quem por ti tem o infortúnio de passar, és o último vómito de uma geração decadente andas por aí sem rumo sem ninguém que te queira. Há tanto tempo sem te ver, e agora a luz apagou-se e tu de novo numa visão assustadora apareces à minha frente a feder e assustado como um menino que perdeu a mãe, no entanto és a última das bestas humanas que percorreram a terra trazendo as trevas na escuridão dos dias, olhas-me sem medo mas amedrontado como se eu fosse o único ser que te pode travar e render à realidade dos dias, só eu e essa puta que tu perdes-te de vista faz muito tempo que não sabes dela e isso assusta-te de uma maneira que tu não controlas assim como esse medo que tu não entendes ter por mim, estás tão assustado que não consegues olhar-me de frente, escondes a cara nas asas que te pendem das costas e escurecem o chão que pisas, e se as abres escondes nelas o sol que ilumina os dias dos outros que te vêem e te temem sem entenderem que és presa fácil de ti mesmo. O que é isso parece-me que sorris, não não é um sorriso é a tentativa de um que resulta num esgar de olhos, vês nas minhas costas a puta que perderas à dias, ela é quem te ampara as noites e te deita nuns braços fracos que te amparam as asas e te afagam os cabelos sebentos ela é a única que te consegue tocar sem receio só ela te entende vá lá saber-se como ou porquê.

 
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