A morte chegou, sinto-a
fria, escura
caminha na minha direcção
está mesmo ao meu lado
olho-a nos seus olhos cavados
sem expressão, sem sentimento
não estou pronto, grito-lhe
numa voz rouca
responde que não tem pressa, que pode esperar
e senta-se ao meu lado
não diz nada, só espera
num último suspiro
peço-lhe que me deixe ficar
continua calada como um felino
espera a hora de atacar.
Perco as forças, deixo-me embalar
pela cantilena que a morte entoa suavemente
sinto frio, o corpo gela
apesar da roupa que me protege
nego-me ouvir a morte
recuso-me a aceitar que ela esteja ali
desvio o olhar,
sinto-a forte,
fria escura
quer levar-me
Lembro o tempo que vivi
desde o dia em que fui feito
recordo cada minuto, cada segundo
e a morte ali
sentada
calada
revejo toda a minha vida
encalho neste momento
e a morte
pega em mim
e sussurrando
embala-me nos seus braços
vogamos sem destino pelo fim dos tempos
00/04/19
sábado, 29 de setembro de 2007
Morte
Postado por
White Night
às
06:21
1 comentários
Life as a ball
Life turns as ball without a sense, it goes and it recommences. Nothing is right nothing is wrong, everything returns to that which it was in the beginning, as much as we run from the spectre of a past life, it haunts us in the shadows projected in the sidewalk, entering the thought and sinking it’s mark in the saddest of souls.
I go back to the beginning of all to walk the past in a wave of pointless (meaningless) memories, I let myself sunk to immediately appear at the top of the highest mountain, I will be master of all resources, nothing will make me go back. I am willing to walk the world of loneliness, I prepare the thought and heart, soul and spirit for this journey. 
Postado por
White Night
às
01:47
0
comentários
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Pai
Solto no vento a angústia de te ter perdido, o medo de te voltar a ver, a raiva de te ouvir
fugiste uma vez e espero que nunca mais voltes, preferiste voltar-me as costas e partir para além sem me dizeres, escondeste-me demasiado tempo, lutei em vão contra essa vontade de te perder
Em tenra idade te matei, nada ganhei em o fazer, nunca te consegui esquecer, vagueias na minha mente, perturbas o meu pensamento errante e sem destino, estás dentro de mim, enraizado no mais fundo do meu ser, e rasgo a carne e o ser, e tu, tranquilo aniquilas a minha vontade de te perder, roubas a identidade do meu ser mais profundo.
Longe vai o tempo em que de vez fugiste, muito para além do conhecimento, muito para além do entendimento, no entanto sinto-te perto, arrepiantemente perto, doridamente colado na pele, e perco-me nas palavras que nunca nos dissemos, nas discussões possiveis sobre temas dificeis de entendermo-nos, nunca nos falamos como pais e filhos, foste sempre aquela figura altiva e aflitiva que não queria ver, não queria sentir para lá de si, foste aquele egoísta que se senta perto do espelho narcisista, nada te incomodava, apenas tu eras o centro do teu universo, todos os outros eram apenas e só "os outros"
Raiva de não te ter visto partir, que ódio, sim posso dizer QUE ÓDIO, não ter estado a teu lado naquele momento único, no ponto sem retorno. Mas, tu também nunca estiveste por perto, nunca te deste verdadeiramente a conhecer, sempre estiveste entre as sombras da noite e a claridade cansada das manhãs frias do Inverno dessa vida que não quiseste viver, dessa negação constante da identidade
Morreste como viveste a olhar para o espelho narcisicamente
Postado por
White Night
às
22:10
1 comentários
In the night
It stops beyond the world, it stops beyond all the terrestrial things and full, madness to be closed here in this nomadic emptiness, I before look to the nothing the unconscious one of the fall in the dark one
Vacant grumbles that full the night without the stars for company and the moon that promised did not fulfill, grumbles that if raise in air that breathe hardly, intoxicate for the tobacco of cigarettes of the others I leave for the street looking for something that not meeting here inside
I leave not to die of me, in this to circulate without chain without route without destination lost Madness in the time you are welcome to make to modify what I do not know to beg, I lose myself in the reason of the brain that does not leave me to rest, the nights are long and the mornings are preludes of the night that proceeds to them Circulates lost in the thought that hurt and wounds the eyes
Postado por
White Night
às
14:56
0
comentários


