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sábado, 29 de setembro de 2007

Morte

A morte chegou, sinto-a
fria, escura
caminha na minha direcção
está mesmo ao meu lado
olho-a nos seus olhos cavados
sem expressão, sem sentimento
não estou pronto, grito-lhe
numa voz rouca
responde que não tem pressa, que pode esperar
e senta-se ao meu lado
não diz nada, só espera
num último suspiro
peço-lhe que me deixe ficar
continua calada como um felino
espera a hora de atacar.
Perco as forças, deixo-me embalar
pela cantilena que a morte entoa suavemente
sinto frio, o corpo gela
apesar da roupa que me protege
nego-me ouvir a morte
recuso-me a aceitar que ela esteja ali
desvio o olhar,
sinto-a forte,
fria escura
quer levar-me
Lembro o tempo que vivi
desde o dia em que fui feito
recordo cada minuto, cada segundo
e a morte ali
sentada
calada
revejo toda a minha vida
encalho neste momento
e a morte
pega em mim
e sussurrando
embala-me nos seus braços
vogamos sem destino pelo fim dos tempos

00/04/19

1 comentário:

Alberto Mendes disse...

Sobre a morte ocorre sempre um pensamento.

"We weren't, we ARE, we won't be"

A vida é um momento presente, o passado já foi, o futuro é incerto, e o presente é agora.

A morte é o corolário natural de uma existência mais ou menos rica, que só nos deverá tocar quando o seu momento chegar ao presente.

Mas ser embalado pela morte parece-me algo deliciosamente confortável para a eternidade espiral que nos espera.

 
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