Quem serão os cavaleiros de amanhã? por onde seguirão seus passos?quem os guiará pelas ruas do anoitecer?quem vai embalar as crianças sujas e ranhosas com a lágrima constantemente a cair por uns olhos expressivos que de tanto olhar caiem no vazio da tarde, e os carros velozes cruzam as ruas sem ver que tu parado de cócoras tomas notas no teu cérebro e fotografas cada passo cada cavalgada dessa criança que todas as outras representa
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Asas XIII
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White Night
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quarta-feira, 29 de abril de 2009
Asas XII
Atravessas a rua escura, uma chuva negra e forte cai sobre um mundo imundo e as tuas asas pendem-te do corpo como dois animais mortos que carregas como um fardo que te foi confinado, a puta triste e magra cada vez mais magra segue-te na sua cegueira intoleravel, e tu nem dás conta que ela vai presa á ponta de uma das tuas asas, não tem peso é como mais uma gota dessa chuva que se dilvia sobre a terra. Olhas á tua volta e loucos são os que se atropelam numa correria sem rei nem roque e uns atropelando os outros empurram-se e matam-se porque nenhum se quer molhar nas águas onde tu, calmo e sereno, banhas essas asas fétidas. Um carro pára mesmo á tua frente, estanca e fica imobilizado, estupefacto o condutor mira e remira as tuas protuberâncias, fica estufefacto a olhar-te na chuva qe abarca o mundo e que promete levá-lo á loucura, continuas o teu caminho, nada te detém, apesar de não saberes ao certo de onde vens nem para onde te diriges, e nem sequer te dás conta que andas em circulos a navegar numa cidade sem saida. Tal como tu tantos outros, que se têm como sãos percorrem diariamente essas vielas e calçadas pensando que têm um destino a cumprir, e no fundo andam tão perdidos como tu. Ontem vi-te, já aqui deixei testemunho disso, vi-te e apesar dessa tua aparência imunda tive vontade de correr a pagar-te um copo, sabes como daquela vez que junto secamos a adega e o taberneiro ficou só com água para vender no dia seguinte e aos gritos correu connosco e nós riamos se riamos, nesse tempo as tuas asas eram apenas uma pequena saliencia um nodulo nas tuas costas, e a rir deixámos o taberneiro e corremos esta cidade de lés a lés, não me lembro depois como foi, sei que te foste, como se tivesses morrido, mas não, apenas desapareceste e eu continuei a minha errante vida, conheci cidades e outras tantas mulheres e percorri tantos bares e bebi tanto vinho como comi tanto pão que o teu irmão amassava pela madrugada, e calcorreei tantas ruas desse mundo sem saber de ti, a mim também não interessava por onde andavas tinhas desaparecido e ponto, cada um sabe de cada um. Vivi entre becos e ruelas, consumi tudo o que a vida tinha para me dar e nunca me preocupei com o amanha. Lembras-te daquele padreco que passava a vida a azucrinar-nos a cabeça com o dia de amanha e o quanto nós riamos, éramos dois infantes. A vida passou por mim e eu quase não passei por ela.
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White Night
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domingo, 26 de abril de 2009
Asas XI
nao sei por onde tens andado, há muito tempo que te não vejo, bem na realidade não tenho procurado por ti, sabes tenho estado ocupado com tantas outras coisas que me tenho esquecido de procurar os teus passos, teus e dessa que te segue cegamente, faz muito tempo que nada oiço a vosso respeito. Outro dia acordei a pensar em vocês, quase que com suores frios por por um momento te julgar morto numa ruela suja dessa cidade por onde deambulas ha tanto tempo,de um salto sentei-me na cama um suor frio e humido corria pela espinha, um pensamento vago e detorpado de razoes fazia-te morto de asas caidas numa ruela imunda onde vaguavas pela noite fria. Olhei assustado á minha volta e o escuro da noite trouxe-me á memória cenas que te vi viver,e esses olhos pretos como o carvão que assustam qualquer um, so a tua peuena puta é que te suporta o olhar fundo dos olhos e não tem qualquer medo deles, nem de ti, e prende-se a ti como uma sombra, para te deixar e ir percorrer os sentidos de outros deixando-os em extase, como é possivel que essa pequena e frágil mulher tenha tantos poderes, é ela quem se-te agarra á vida e te traz nesse mundo moribundo. Olhei e no escuro da noite os suores corriam pelo meu corpo, sem sentido, perplexo dou por mim a pensar em ti como é que isto me foi acontecer. Eu preocupado se estarias vivo, assustado porque poderias ter caido num qualquer buraco fundo e fétido e nao te conseguisses libertar dessa morte que anuncias, e tu proprio seres vitima de uma horrenda viragem como se por magia o magico perdesse todos os poderes e fosse o coelho a tira-lo de dentro de uma cartola hedionda. Perscrutei as paredes que me encerravam, tacteei a escuridão quase a medo de te sentir ali a meu lado, nao que isso nunca tivesse acontecido, ao fim e ao cabo conhecemo-nos bastante bem, tu e eu. Tacteei a noite olhei o escuro e sentia na espinha aquele suor frio quase gélido, apurei os ouvidos a tentar ouvir o teu uivo, mas a noite trazia apenas o sentimento de morte, de uma morte hedionda, numa espiral de fumos e odores ocres e sulfuricos que se entranhavam nas narinas, enquanto a noite corria silenciosa e eu a procurar-te como m rapazinho perdido procura a ajuda de alguém, mas tu, tu és a besta, nunca socorreste ninguém, nunca olhaste para trás nem deste a mão quando essa que te segue caiu e ficou esponjada no meio de fezes de animais lamacentos, tu nem a ti consegues ajudar, apenas alisas essas enormes asas pretas que arrastas pelo chão de ruas e avenidas negras como tu, procurando em cada esquina mais uma vitima que possas amorfanhar. A noite corri devagar e eu sentado na cama incapaz de me mover, apenas esticava as maos adiante e para os lados de ouvidos atentos a qualquer ruido, como se estivesse á espera que entrasses pela porta e me agarrasses na noite e me deitasses. Vê bem como me encontrava demente, eu á tua espera só se fosse um louco sonho, um estupido e sombrio pesadelo.
Deixei passar o tempo e o tempo nao ligou á minha passagem, e nada de novo me trouxe e nada de velho me levou, apenas deambulamos de maos dadas, eu e o tempo, e de ti nada nunca mais pensei em ti, até a este momento em que de repente ao virar a esquina da avenida vi umas asas enormes sujas e pretas como o negrume das noites, iam lá longe nao te consegui alcançar tambem não fiz qualquer esforço para tal, apenas sorri e disse para comigo, olha o sacana ainda anda neste mundo a atormentar, olhei mais uma vez para o fundo da avenida e ti nhas desaparecido, no vazio da rua deixei um até logo
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White Night
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