nao sei por onde tens andado, há muito tempo que te não vejo, bem na realidade não tenho procurado por ti, sabes tenho estado ocupado com tantas outras coisas que me tenho esquecido de procurar os teus passos, teus e dessa que te segue cegamente, faz muito tempo que nada oiço a vosso respeito. Outro dia acordei a pensar em vocês, quase que com suores frios por por um momento te julgar morto numa ruela suja dessa cidade por onde deambulas ha tanto tempo,de um salto sentei-me na cama um suor frio e humido corria pela espinha, um pensamento vago e detorpado de razoes fazia-te morto de asas caidas numa ruela imunda onde vaguavas pela noite fria. Olhei assustado á minha volta e o escuro da noite trouxe-me á memória cenas que te vi viver,e esses olhos pretos como o carvão que assustam qualquer um, so a tua peuena puta é que te suporta o olhar fundo dos olhos e não tem qualquer medo deles, nem de ti, e prende-se a ti como uma sombra, para te deixar e ir percorrer os sentidos de outros deixando-os em extase, como é possivel que essa pequena e frágil mulher tenha tantos poderes, é ela quem se-te agarra á vida e te traz nesse mundo moribundo. Olhei e no escuro da noite os suores corriam pelo meu corpo, sem sentido, perplexo dou por mim a pensar em ti como é que isto me foi acontecer. Eu preocupado se estarias vivo, assustado porque poderias ter caido num qualquer buraco fundo e fétido e nao te conseguisses libertar dessa morte que anuncias, e tu proprio seres vitima de uma horrenda viragem como se por magia o magico perdesse todos os poderes e fosse o coelho a tira-lo de dentro de uma cartola hedionda. Perscrutei as paredes que me encerravam, tacteei a escuridão quase a medo de te sentir ali a meu lado, nao que isso nunca tivesse acontecido, ao fim e ao cabo conhecemo-nos bastante bem, tu e eu. Tacteei a noite olhei o escuro e sentia na espinha aquele suor frio quase gélido, apurei os ouvidos a tentar ouvir o teu uivo, mas a noite trazia apenas o sentimento de morte, de uma morte hedionda, numa espiral de fumos e odores ocres e sulfuricos que se entranhavam nas narinas, enquanto a noite corria silenciosa e eu a procurar-te como m rapazinho perdido procura a ajuda de alguém, mas tu, tu és a besta, nunca socorreste ninguém, nunca olhaste para trás nem deste a mão quando essa que te segue caiu e ficou esponjada no meio de fezes de animais lamacentos, tu nem a ti consegues ajudar, apenas alisas essas enormes asas pretas que arrastas pelo chão de ruas e avenidas negras como tu, procurando em cada esquina mais uma vitima que possas amorfanhar. A noite corri devagar e eu sentado na cama incapaz de me mover, apenas esticava as maos adiante e para os lados de ouvidos atentos a qualquer ruido, como se estivesse á espera que entrasses pela porta e me agarrasses na noite e me deitasses. Vê bem como me encontrava demente, eu á tua espera só se fosse um louco sonho, um estupido e sombrio pesadelo.
Deixei passar o tempo e o tempo nao ligou á minha passagem, e nada de novo me trouxe e nada de velho me levou, apenas deambulamos de maos dadas, eu e o tempo, e de ti nada nunca mais pensei em ti, até a este momento em que de repente ao virar a esquina da avenida vi umas asas enormes sujas e pretas como o negrume das noites, iam lá longe nao te consegui alcançar tambem não fiz qualquer esforço para tal, apenas sorri e disse para comigo, olha o sacana ainda anda neste mundo a atormentar, olhei mais uma vez para o fundo da avenida e ti nhas desaparecido, no vazio da rua deixei um até logo
domingo, 26 de abril de 2009
Asas XI
Postado por
White Night
às
20:25
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