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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Asas III

Encerras em ti todo o ódio que viaja pelo mundo escuro e sujo, nas ruelas da cidade perdes os sentidos és cuspido nos passeios negros desta vida moribunda, atravessas os dias nas noites transformado num pedinte, não queres dinheiro nem comida, queres aquilo que não te dão, a razão de viver, queres para ti a sapiência da vida o medo da morte, és anjo de asas caídas negras como a morte que te consome nessa mortalha da vida fria e só que deambula a teu lado e através de ti chega sempre a todo o lado onde tu não vais
A fome de sede de ver de sentir de ter calor nesse gélido corpo é mais necessária à tua triste sina de vida, as asas que te protegem hão-de cair e tu vais finalmente ficar vulnerável a todas as coisas, e esse ódio que se te espelha nos olhos negros vai sorrir e soltar-se de ti
As asas que te protegem estão sujas, negras do chão onde dormes as noites da vida, agarrado a pensamentos que não são teus, largas de ti um odor ocre que afasta os demais mas tu nada sentes estás preso nessas asas que te pendem das costas e te tapam o corpo encerrando em ti os males do mundo em que não vives, e de olhos cerrados atravessas os corpos sem razão de viver, e transportas para além de todos os seres a vingança mortal de todos os mundos, fechando com portas de ferro o universo de sol que possa perturbar a tua alma, alma que perdeste faz muito tempo mas que teimas em perseguir sabendo que nunca a vais encontrar por isso arrastas os corpos deitados no passeio do tempo, esses tristes moribundos que em ti confiam porque perderam o direito de te ver com essas asas que de ti dizem tudo
Morre besta, gritas num torpor, mas nada mais fazes para perder as asas que te toldam a razão e te trazem o vinho que tu sem perceber nunca beberás
Encerras em ti tudo o que a humanidade entulha em falsas quietudes

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