Deitado sobre a cama o teu corpo parece completamente inerte mas pulsa nele a morte tardia de uma tarde sem medos, sem receios, e a mente vagueia solta pelo quarto espelha-se na janela trancada e olha a rua onde passam pessoas que olham o prédio velho e escuro com ar de terror, e o corpo deitado nessa cama amarrotada sob o peso do corpo meio morto descansa sem ti
As asas estão sujas de terra molhada e excrementos humanos que trazes para casa sem saberes, como os corpos que amontoas numa pilha sem nexo. E a puta frágil que apanhaste na rua ás cegas enroscasse no teu corpo em ânsias de te prender dentro do peito, ao contrario de outros tu despertas-lhe uma necessidade de amar como não sabia que era possível, e o teu corpo torpe e gelado esticado sobre os lençóis em desalinho nada sente, e a mente esqueceu-se dessa puta de olhos fixos no tecto com vontade de te amar, porque não te conhece os passos, se soubesse quem tu és fugia através da parede e perdia o corpo no chão do passeio, mas quer amar-te o que sente por ti não é pena nem piedade é antes um sentimento misto amor e ódio, mas não sabe defini-lo e continua a fazer-te festas suaves como que a medo de te acordar dessa letargia, nem, sabes que ela ai está, perdes-te os sentidos quando caíste nessa cama onde dormes dias a fio e deixas a mente vaguear solta pelo quarto a olhar pela janela e a querer ser igual ás pessoas que vê lá em baixo a pisar o passeio 
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Asas IV
Postado por
White Night
às
12:16
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)


Sem comentários:
Enviar um comentário