A chuva caia, como as lágrimas de um céu escuro que se abate sobre a terra desfazendo-se em lamúrias de uma vida passada, assim as suas lágrimas corriam pelo rosto cansado de barba por alinhar. resolveu sair para a chuva partilhar com ela as suas lágrimas, ambos de mãos dadas correriam o mundo nessa tarde de um dia cinzento, em que o céu lhe fazia companhia na caminhada para o vazio
Corpo molhado, as lágrimas cobriam-lhe o corpo por dentro e por fora das roupas, a sua aparência já vira melhores dias, parecia muito mais velho, estava agastado pelo tempo de espera para sair, cabelos desgrenhados e encharcados pelas lágrimas do céu, a face tinha marcas de noites mal dormidas e do álcool ingerido sem conta.
Não se importava que estivessem de olhos pregados nele, aquelas pessoas que esperavam o passar da chuva, que se danassem, elas que olhassem, que lhe perscrutassem o ser, pouco lhe ralava para onde estavam aquelas pessoas a olhar, se para ele se para o mundo que lá fora parecia desfazer-se em lágrimas cada vez mais grossas.
Tentou um sorriso mas apenas lhe saiu um esgar de lábios, e a menina que atrás do balcão perguntava o que queria enquanto mascava uma pastilha, parou de mastigar, fitou-o no fundo dos olhos estática, sem conseguir mover qualquer átomo do seu corpo. Pediu um café uma garrafa de água, sim pode ser de litro e meio, e um conhaque num balão aquecido. Pagou , sentou-se na mesa mais longe de todos os outros que estavam naquele local bastante enfadonho.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Perdido no tempo vazio II
Postado por
White Night
às
08:54
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)


1 comentário:
Recordo-me de um pensamento
"Refugio-me num café fora de horas, onde outros encontraram o santuário possível. Somos todos androídes movidos por uma vontade exterior, que não exprimem o sentimento do que queremos.
Vendem-nos imagens como certas, escondendo a mentira permanente qua a consumimos como verdade universal.
E contudo, no âmago do nosso ser há um universo tão pleno de vida quanto as possibilidades mais remotas concebidas no espírito de qualquer ser... e no entanto, deixamos-nos perder num mundo que não é nosso!!!
Enviar um comentário