Saiu para a rua sem saber onde ir, sabia apenas que tinha de fugir para algum lugar que fosse longe dali, estava a sufocar, o relógio parado nas oito talvez da manha talvez do fim do mundo, tudo lhe parecia surreal, aquelas pessoas, o aspecto da casa, os olhares reprovadores, a constantes discussões sobre tudo e quase sempre sobre absolutamente nada. Correu pela estrada fora, o carro deslizava a uma velocidade alucinante, o trajecto traçado era apenas e só o destino daquela auto-estrada, olhava através do vidro a chuva que obrigara as pessoas a ficarem algures longe daquela louca viagem rumo ao desconhecido, o pensamento navegava pelo passado, trazia-lhe o que ele queria esquecer, os tormentos as pressões as discussões. Porquê, porque é que isto não pára, estou a enlouquecer, e a velocidade aumentava, não se dava conta da vertigem. As luzes de uma estação de serviço despertaram-no para a velocidade, travou a fundo, por pouco não perdeu o controle do carro, entrou pela estação dentro, estacionou com um rugido de travões. Barafustou, bateu no volante com as mãos. De repente entrou num pranto, as lágrimas soltaram-se pelas faces, gritou todo o seu ser, deu largas á fúria que trazia dentro do peito, e as lágrimas soltavam-se em catadupas, rolando livres pelas faces iradas.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)


1 comentário:
É frustrante estar perdido dentro do próprio corpo - essa nave que nos leva numa viagem única ao longo do universo.
Esta ferramenta precisa de ser priveligiada acima de tudo. Perdida não serve a ninguém, sobretudo ao corpo regente que a guia!!!
Enviar um comentário